8.7.10

DEVASTAÇÃO

A DEVASTAÇÃO, UM INFINITO SENTIMENTO QUE CONFUNDE A ALMA E QUEIMA O CORPO, ENTRE DESEJOS E BEIJOS O AMOR E A PAIXÃO

A DEVASTAÇÃO, QUE SE ARRASTA E SE ENTREGA, SE APEGA E SE REFUGIA NUM SUPÉRFLUO E PROFUNDO DESEJO DE AMAR

A DEVASTAÇÃO , A DESTRUIÇÃO, NA CERTEZA EGOCENTRICA DE QUE TUDO QUE ANGUSTIA PODE SER ARRANCADO COMO AS FORTES RAIZES, DEIXANDO ESPERANÇAS DE VIDAS FELIZES E ABERTAS, SEM RUMO COMO AS PROFUNDEZAS DOS RIOS QUE DESAGUAM NO MAR

A DEVASTAÇÃO DE TUDO, DESPREENDIDO, SOLTO, CONFUSO, DEIXANDO A SEMENTE NO CHÃO PARA UM NOVO RENASCER, COMO A ÁGUAS DAS NASCENTES CRISTALINAS NA CORRENTEZA, ENTRE ARESTAS DO BRILHO DO SOL ILUMINANDO O NOVO AMANHECER

A DEVASTAÇÃO DE TODOS OS SENTIMENTOS QUE IMPEDEM A MAIS PURA FELICIDADE, NA PLENITUDE DA ETERNA JUVENTUDE PRESENTE EM CADA CORAÇÃO VIVO, ANSIOSO A ETERNOS BEIJOS E ABRAÇOS EM SEUS BRAÇOS DE AMOR MISTURADOS NA TERRA VIVA A DELIRAR.

Ângela / janeiro/2009













JUSTIFICATIVA

Este trabalho foi inspirado por um sentimento infinito de amor e o imenso desejo de despertar e fortalecer a sensibilidade das crianças, adolescentes e da eterna juventude, presente em cada ser humano sensível, capaz de sentir o roçar do vento, o brilho e o calor do sol, a beleza das flores, o canto dos pássaros, a metamorfose e o vôo das borboletas, a relva molhada, o fluxo do movimento das águas cristalinas, como fonte de energia da vida.
Entendo que todo ser humano é como um grão de areia, que possui a semente para o renascer de um mundo melhor.
Assim, somos todos crianças e adultos, portadores da centelha divina, e co-responsáveis pelo despertar de gerações com uma nova consciência necessária para resgatar os valores essenciais de vida, presentes no nosso Planeta Terra-Água.































INTRODUÇÃO

Os olhos da Gruta referem-se a um personagem que possui grande sensibilidade e sabedoria, porém há algumas pessoas que não acreditam na vida que dizem que traz mal agouro. Na literatura grega aparece como um ser vivo mensageiro de sabedoria e é com este perfil que a filósofa coruja aparece nesta viagem fantástica como um misto de realidade, num maravilhoso pique nique que acontece com um grupo de crianças, adolescentes, professores e moradores do Bairro, próximo da Gruta, numa atividade de estudo do meio, que se transforma numa aventura de vida como exemplo à ser seguido que pode revolucionar o meio ambiente , mudar e salvar o nosso Planeta Terra-Água, a partir do despertar de uma nova consciência com ações construtivas com relação ao meio ambiente e a vida que devem contribuir para melhor qualidade de vida de todos e preservação das espécies animais e vegetais sobreviventes no Planeta.
É necessário uma reflexão urgente sobre valores e os caminhos que a humanidade tem percorrido, apesar da poluição, do progresso e todo desenvolvimento tecnológico existente que ao contrário de facilitar a vida , muito tem contribuido para a devastação, mas com sabedoria a natureza resiste, e ainda sobrevive. Neste sentido, alguns conhecimentos científicos como características de alguns seres vivos, o ciclo da água, composição e formação da poluição atmosférica e formação das chuvas ácidas, valores de vida e propostas de ações para melhorar a qualidade de vida no Planeta são apresentados de forma atraente e interessante para o leitor e como subsídio para orientação do trabalho metodológico do professor. A questão dos valores de vida é tratada como resgate histórico e cultural com relatos de experiências e lendas envolvendo nossos antepassados, no caso avô de um dos protagonistas desta história.







O CENÁRIO NATURAL

Há muitos anos, as águas cristalinas e brilhantes deslizavam pelas pedras, como fontes de prazer e de vida.
Nestas águas, os tucanos, os pica-paus, os beija-flores, entre outros pássaros e aves temos beijas flores, pica pau, tesourinha, João de barro, garças, coleirinhas, sabiá laranjeiras, assanhaços, etc.
As borboletas, as cobras, os lagartos passeavam correndo de um lado para o outro, entre as arvores: os ipês quaresmeiras, amendoim do campo, ingas, jatoba, lucenia, cedros, sangra d”águas, jequitibas, mari-mari. No chão deste ambiente fantástico, os repteis: cobra cipo, lagartos, teius, coral, etç, entre outros seres vivos que faziam e ainda estão presentes em alguns espaços deste ambiente, formando o seu habitat natural.
Ali, num canto de uma árvore estava um ser muito especial, a coruja, grande filósofa, pensante a observar com sabedoria e seu olhar brilhante, como agradecer a existência de tanta felicidade naquele lugar!
Era a grande festa de viver a simplicidade da beleza da vida, e assim todos os bichos viviam felizes, cantando, se beijando, se abraçando e dançando...
Enquanto alguns pássaros cantavam, outros voavam entre as imensas e diversas árvores e flores, cantando a poesia dos grandes amores.
Entre as grandes pedras que desciam as profundezas daquele lugar e faziam em seu leito a água limpa deslizar.
As borboletas de todas as cores, em sintonia com o arco íris, o lilás, o amarelo, o vermelho, laranja e o verde voavam leves entre pequenas flores e as gotas de orvalho em forma de cristal a brilhar.


A FILÓSOFA, A POETA CORUJA

Linda e calma como a noite de luar, a coruja é tranqüila, com o seu olhar doce como o néctar das flores, pensativa a cochilar, acordou e assustada passou a observar...
Os primeiros visitantes naquele ambiente a chegar... Crianças barulhentas gritando... Rindo, dando gargalhadas. Os adultos também aos gritos de cuidados, assustados, com as maravilhas daquele lugar. Eram os professores de uma escola próxima que estavam levando alguns alunos para passear:
- Cuidado, vai cair, olha a cobra, é perigoso escorregar...
E as crianças sempre correndo, nem paravam para escutar, gritando muito alto na euforia de brincar. A bicharada, assustada também saiu correndo e voando para outros lugares. Os tucanos, os pica-pau, os beija-flores alvoroçados foram os primeiros a se refugiar. A cobra e os jacarés com seus olhos brilhantes, se arrastando lentamente, escondendo entre as folhagens começaram a cochichar:
– Quem será esta gente?
Todos os outros fugiram, ali ficaram somente a Dona coruja, ao lado da Dona Joaninha na folha do manacá e o Beija-Flor em seu vôo incessante, em suas cores fascinantes e brilhantes voando para lá e para cá. E a Coruja pensativa, continuou a observar.


OS PRIMEIROS VISITANTES

A Coruja observando, a pensar sobre a sabedoria dos índios que sempre souberam a natureza respeitar, quando viviam naquele ambiente sempre em paz, em sintonia com a beleza daquele lugar!
As crianças foram descendo aos gritos, sem dar atenção aos movimentos dos animais assustados, que fugiam cada um para um lado. Entre as crianças e adolescentes, estavam: A Aninha, o Gabriel, o Felipe, Zezinho, Renato, Enrique, João Paulo, Maíra, Letícia, Larissa e Roberto, todos estavam ansiosos e muito felizes para realização daquele passeio, que seria aproveitado para realização do estudo do meio.









AS ALTERAÇÕES DO SOLO E OS OLHOS D’AGUA

Enquanto desciam pela trilha, os caminhos iam se tornando mais difíceis, havia ribanceiras, buracos, rochas de hematitas, minérios de ferro. Estes buracos, segundo orientação do Sr. José, foram formados pela erosão das chuvas, Então a Aninha perguntou:
-Mas, o que é erosão?
A professora respondeu com sabedoria:
- A erosão são as alterações feitas no meio ambiente, que poderiam ocorrer naturalmente, como por exemplo: o efeito das chuvas que podem formar buracos, ou mesmo pela ação do homem, com escavadeiras, ou mudando o percurso das águas, o que neste caso pode provocar as grandes enchentes.



Então o Sr. José dá um exemplo:
- Nas imediações desta Gruta, existem agricultores que cultivam hortaliças, formando as hortas, por um lado este trabalho é muito importante, porque se estes trabalhadores, que constroem as hortas estão presentes nestas áreas, evitam que diminuam a formação dos grandes lixões, muito prejudiciais ao seres vivos e a qualidade das águas existentes neste ecossistema, por outro lado, é preciso estar atento, todos os moradores das imediações da Gruta, devem ser orientados a preservar as espécies vegetais existentes e também a realizar o replantio das espécies vegetais nativas, que foram destruídas, devido à ocupação desordenada desta área; pois é uma área de proteção aos mananciais.
- Quer dizer que mananciais são nascentes; olhos d ‘água e que quando há enchentes, é porque o homem mudou o caminho das águas do rio ! - Gabriel, falou interessado.
- É isto mesmo - respondeu o Sr. José - As ações dos homens, sem respeito ao meio ambiente, em geral são as principais responsáveis pelos graves problemas ambientais que enfrentamos diariamente: como falta de água, enchentes, queimadas, poluentes lançados ao ar pelas chaminés das fábricas desmatamentos, doenças, dengue, febre amarela, entre outras situações que prejudicam a saúde da população.
Outra questão muito grave que ocorre nas imediações da Gruta Dainese é a ocupação irregular de empresas que deságuam seus esgotos com produtos químicos, sem o devido tratamento prévio dentro dos nossos mananciais, nossas fontes de vida.

Naquele momento, observaram uma água de cor azulada correndo entre as pedras, então a Larissa gritou, olha só a água está azul e vem lá daquele tubo de canalização, então o Sr. José balançou a cabeça confirmando tudo que havia relatado, pois é há uma tinturaria bem próximo daqui da Gruta .

A Coruja observando atentamente a situação, comentou desanimada; tem sido assim os valores da humanidade, sempre o lucro, sempre o dinheiro, ainda não existe critérios para preservação da vida.







OS VISITANTES DA GRUTA

As crianças foram descendo e gritando, sem nenhuma atenção aos movimentos dos seres vivos e especialmente aos animais, que fugiam assustados, corriam, fugiam cada um para um lado. A Dona Coruja estava observando tudo: Entre as crianças, estava a Aninha, linda garota, astuta, muito falante; o Gabriel, sábio moreno, com olhos brilhantes como o Sol; o Ariel e o Felipe, irmãos inteligentes, destemidos, olhando para o céu, com namoradas a sonhar; o Zezinho: doce garoto, carente, meigo e branquinho; o Renato, parecido a um Reizinho, alegre, confiante parecendo já meio apaixonado; a Maíra, linda morena, meiga, cabelos de índia; o Enrique semelhante a um lindo príncipe com um coração já apaixonado na tenra idade; a Letícia, alegre, sorrateira e faladeira, com sua alegria o ambiente a contagiar e também Larissa, esta menina é um desafio tentar retratar, com tamanha sabedoria e cuidado, como se lesse os pensamentos da Dona Coruja, em silêncio a caminhar e com responsabilidade ajudando aos professores e o Sr. José na orientação aos visitantes sobre o cuidado ao andar.


A FOME ESTAVA APERTANDO

A caminhada já estava durando uns 30 minutos e a fome já estava apertando, então começaram a lembrar dos deliciosos lanches que carregavam nas mochilas. Dentro delas havia: chocolates de guarda–chuvas com cabinho de plástico, doces de amendoim, paçoca do amor, saquinhos de pipocas coloridos, sanduíche de pão com mortadela e refrigerante de tubaína, chocolates bis com aquele papel azul cintilante que fazia brilhar os olhos das crianças e algumas bananas e maçãs. Os lanche do piquenique foram orientados pelo consumo de alimentos da época de aproximadamente 40 anos atrás, para que houvesse um diálogo sobre o consumo da época de infância dos pais das crianças e adolescentes envolvidos neste passeio Afinal, naquela época os bens de consumos eram outros, as dificuldades para compra eram bem maiores e um piquenique deste porte era um grande banquete. Por isto, todos estavam ansiosos, para chegar logo numa sombra para descansar e os alimentos devorar.


















OLHA A COBRA NO PIQUENIQUE!

Bem que a Dona Coruja em sua esperteza tentou avisar, mas ninguém exceto a Larissa deu muita atenção ao desespero do seu olhar...
De repente, um grito de horror que soou em todos os cantos daquele lugar, até o Beija-Flor mais rápido tentou voar. Era a Aninha, linda menina de bochechas vermelhas, que naquele momento de pavor, estavam pálidas, paralisada a observar: um movimento lento entre as folhas, que parecia eternamente assustador... Sorrateira, passava cortando a trilha que dava acesso ao local mais embaixo, entre as pedras, naquele lugar aconchegante, onde a água com força deslizava fazendo uma doce melodia naturalmente tocar.
- Todos parados! - gritou o Sr. José - É uma cobra, rajada de vermelho, branco e preto; é uma Coral.













O SUSTO, O DESPERTAR PARA UMA NOVA CONSIÊNCIA DE VIDA

Todos parados, assustados, começaram a pensar, e agora com mais respeito à mãe natureza observar. Perceberam a existência de outros seres vivos naquele lugar...
As meninas, muito assustadas desabaram a chorar e dizer que queriam voltar. Mas as professoras preocupadas contaram com o Sr. José, sempre firme, ágil e falante, com calma começou a explicar:
- Esta Cobra não é venenosa, não é a Coral verdadeira, não tem perigo.
E em seguida, Gabriel completou:
- É mesmo não tem perigo, a Coral verdadeira tem veneno mortal e a cabeça dela e afiada na frente!
O Roberto lindo garoto, inteligente, tranqüilo e sempre atencioso, mais que depressa começou a se afastar.

Então, todos foram se acalmando. Mas, o Felipe dá outro grito:
-Olha outra cobra! Mais esta é a Cipó de brincadeira!
Em seguida todos caíram na risada, mais a Larissa e o Gabriel não gostaram da brincadeira e deram uma bronca no coitado. E Sr. José não deixou de alertar:
-Não é bom brincar, pois as cobras Cipós são muito freqüentes neste lugar.
O Zezinho, branquinho, magrinho e muito ágil no seu andar, sempre na frente, começou agora a se afastar e se atrasar. O Enrique e a Maíra, meio apaixonados, nem tomaram conhecimento, e continuaram sentindo o vento das árvores e as folhas a balançar... E o brilho do sol na confusão do brilho de seus olhares.




A METAMORFOSE DA BORBOLETA

Após o susto, todos começaram a prestar mais atenção nos seres vivos ali presentes, exceto a Maíra que de tão apaixonada não conseguia se concentrar nas maravilhas daquele lugar. E foi logo após o susto da cobra, que colocou suas lindas mãos, lisas e bem feitas sobre um tronco da árvore, sem olhar:
- Aiii!
Um novo grito de pavor e de dor, a garota assustada, começou a chorar, ao olhar para sua mão, havia um grande lagarto de borboleta amassado e quase colado ao lado do seu dedo indicador. O Enrique muito, atencioso, conduziu a garota até a correnteza das águas ao lado daquela trilha. Aos prantos, a garota lavou suas mãos e foi se tranqüilizando, até que saísse todo aquele líquido da lagarta que ficou em sua mão. Todos estavam olhando preocupados e então começaram a pensar tranquilamente, refletindo. Então, a Dona Genoveva com muita sabedoria, falou sobre a metamorfose das borboletas:
-Vocês já imaginaram a leveza e a beleza das cores no vôo das borboletas?
E Felipe em seguida:
- É tão contraditório, o que tem de beleza e leveza, quando adulta voando, tem de agressivo na fase de lagarta, chegando a queimar a pele.
Enquanto a Maíra ainda soluçava, perguntou:
- Por que será?

A SABEDORIA DA MAE NATUREZA

Foi ai que o Sr. José respondeu:
- Neste momento, estamos vivenciando a ação sábia de proteção da Mãe Natureza para continuidade das espécies! Se a lagarta da borboleta em seu processo de formação não queimasse a pele de quem a tocasse, com certeza não teríamos o privilégio de ver a beleza do vôo das borboletas em toda sua realeza; as borboletas simplesmente não existiriam.






















A AVENTURA NO TRONCO DA RAINHA DAS ÁRVORES













JEQUITIBÁ - 3050 ANOS APROXIMADAMENTE.



SONHOS SE TORNAM REALIDADE

Ao chegarem perto daquela maravilhosa árvore gigante, ficaram maravilhados, então o Renato perguntou à professora:
- Que árvore linda é esta?
- Esta árvore é o Jequitibá, ”pode ser considerada um dos maiores e mais antigos seres vivos do mundo, com idade estimada em 3.050 anos e esta árvore apenas não foi cortada antes de ser criado o parque, por ter sido muito difícil arranjar um instrumento para conseguir derrubá-la. São árvores nativas da Mata Atlântica brasileira, existentes apenas na região sudeste e em alguns estados vizinhos. Suas folhas apresentam tom avermelhado na primavera e suas flores são claras. Em tupi-guarani significa gigante da floresta, o que é compreensível. Figuram na relação das maiores árvores do Brasil, tal como os Jatobás, Sapucaias e Angelins. Na floresta, árvore adulta desta espécie pode ser vista bem acima das demais. Registros atuais anotam Jequitibás com 60 metros de altura. Para se ter idéia do que significam 60 metros, basta lembrar que esta é a altura de um prédio de 20 andares”.
Alguns dos visitantes se aproximaram rapidamente da árvore gigante, e puderam notar que em seu enorme tronco, havia uma passagem, que permitia entrar lá dentro. Todos pararam espantados e curiosos, enquanto a professora se afastava em direção ao outro grupo que estava com o Sr. José e Dona Genoveva, conhecendo um pouco da história da Gruta. O Renato como um reizinho, cheio de coragem convidou aos outros a entrar:



- Vem! Vamos rápido, a porta do tronco está aberta, vamos entrar lá dentro.
A Larissa, assustada, sempre muito sensata disse:
- É melhor não entrarmos, pode ser perigoso entrar num lugar que não conhecemos!
Aninha e o José Paulo que vinham chegando correndo, e sem perguntas foram logo entrando naquela abertura do tronco, que se parecia com uma porta infinita para dentro daquela árvore gigante. Então, todos tomaram coragem e seguiram os dois. O Renato, o João, a Larissa e a Letícia e a Maíra, entraram naquele ambiente fantástico, enquanto os outros ficaram prestando atenção nas explicações do Sr. José e da Dona Genoveva que empolgados, junto aos professores e as crianças contavam um pouco da história daquele lugar.























UM POUCO DA HISTÓRIA DA GRUTA DAINESE

Segundo o Sr. José, há aproximadamente 46 anos, toda a área da Gruta era um sítio da família dos Dainese, famílias de agricultores desta região no município de Americana – São Paulo.
Os primeiros moradores foram chegando e construindo suas casas nas imediações desta Gruta. Um dos primeiros proprietários destas terras, conta que havia alguns agricultores que plantavam melancias, milhos, entre outros vegetais e hortaliças e utilizavam destas águas para irrigação das plantações.
O Sr. José lembra com saudades um momento de conversa pessoal com o Sr. Paulo, filho de um dos maiores proprietários desta área, que relatou o quanto seu pai, com manha sabedoria e desapego ao dinheiro, admirava a beleza natural daquele lugar e estava muito preocupado com a possibilidade de sua destruição, através da poluição. Neste sentido, um dia resolveu doar maior parte das Terras da Gruta Dainese para a Prefeitura de Americana, especialmente a área que continha as nascentes: olhos d’água, onde as águas cristalinas desciam pelas pedras, em sua sublime beleza, simplesmente deslizavam por aquele lugar, sem nada cobrar.








A OCUPAÇÃO DA ÁREA DA GRUTA DAINESE

No entendimento deste nobre Senhor, o pai do Sr. Paulo, os administradores do Município de Americana, tomariam conta deste local, já que possuíam o poder para cuidar deste maravilhoso ambiente, mas o que aconteceu foi a ocupação desordenada e sem planejamento do poder público local, permitindo o loteamento da área sem a infra-estrutura necessária para a construção de moradias e também das diversas fábricas que foram se instalando na região.As fábricas geram emprego, mas em compensação há também muita poluição, especialmente a poluição atmosférica e os esgotos de substancias químicas sem o devido tratamento, na maioria das vezes são lançados nos córregos e também chegam até a Gruta.
As famílias foram chegando, construindo suas casas, sem rede de esgotos e muito menos coleta seletiva de lixo. Neste sentido, os esgotos domiciliares seguem in-natura para dentro da Gruta se juntando as águas cristalinas.


A COMPREENSÃO DO CICLO DAS ÁGUAS E FORMAÇÃO DE CHUVAS ÁCIDAS

O Sr. José fala sobre a sabedoria de um dos primeiros proprietários daquelas terras, que possivelmente já compreendia naquela época a importância do ciclo das águas para a vida no Planeta Terra. Neste momento, o Sr. José foi interrompido pela voz do Gabriel:
- É mesmo, o ciclo das águas é assim: As águas das nascentes formam os rios. Os rios descem as Serras e deságuam no Mar. E o calor do Sol, faz com as águas se evaporem e formem as nuvens, que ao se encontrarem com uma frente fria, formam as chuvas.
- Isso é verdade! - disse o Sr. José - e se as águas em seu processo de evaporação juntam-se com os ácidos carbônicos, ácidos sulfúricos entre outros gases tóxicos liberados pelas chaminés das fábricas, formam-se as chuvas ácidas, que podem corroer a lataria dos carros, alterarem a qualidade do solo e possivelmente nem as rochas sobrarão para contar a história do Planeta. Nossa! Isto é muito grave, disse a professora.









AS CRIANÇAS BORDAVAM E ADOLESCENTES NAMORAVAM E FAZIAM PIQUE NIQUE NA GRUTA

A Irmã Alcebina conta que ela a Irmã Generosa, como membros da Igreja católica, fundaram a primeira Casa da Criança, em Americana, que até hoje existe, mas a estrutura de vagas ainda não consegue acomodar as necessidades das crianças deste lugar, para que suas mães possam tranquilamente trabalhar. Ela conta que trabalharam muito, iam às casinhas do Jardim São Roque, prestar assistência social no bairro próximo da gruta, onde as águas cristalinas desciam entre as rochas e hoje se misturam com esgoto in natura. Na época, faziam piqueniques e ensinavam as meninas a bordar panos de pratos, sentadas naquelas pedras, confortavelmente, vendo e sentido as águas límpidas e serenas, deslizando naquele lugar. Este depoimento é confirmado por uma destas crianças, hoje adulta moradora deste Bairro, a Sra. Lúcia, hoje com 46 anos que lembra com muito entusiasmo:
- Quando eu era menina, tinha uns dez anos, aprendi a bordar panos de pratos, ali entre aquelas pedras, onde tudo era muito lindo, e muito bom... (risos). Ah! Tem uma coisa, que aconteceu muito especial, que eu não posso contar, acontecia naquela época com muitos adolescentes de minha idade.
Entre muitos risos das alegres lembranças, acabou contando:
-Sabe o que é? Quando eu tinha uns dezesseis anos eu namorava lá, era muito bom! Mas, naquela época, os namoros eram muito inocentes, a gente só se abraçava e se beijava muito, ali não tinha perigo e era muito lindo.
Me lembro também que naquela época, a irmã Generosa idealizou a primeira Mini olimpíada que envolvia atletas de todas as idade e que até hoje acontece, atualmente contando com a participação de aproximadamente 1000 atletas e apoio de muitos comerciantes, políticos e autoridades, sob a responsabilidade do Cícero, funcionários da escola Marcelino Tombi. O Gabriel disse animado, também quero participar, vou falar com ele.










A CHEGADA DENTRO DO TRONCO DA ÁRVORE GIGANTE


Ao entrarem no tronco da árvore gigante, os sentimento de alegria, fantasia, curiosidade e ansiedade se misturam, nos levando a uma reflexão de como é a vida. Em alguns momentos da vida, sentimos a sensação de estarmos atravessando uma ponte entre a fantasia e a realidade; nesta travessia nossos sonhos se unem a realidade.
Neste momento, a Dona Coruja aproveita para refletir e filosofar:
- É como se estivéssemos perdidos, soltos e que nossa vida faz parte de um grande sonho que se transforma em realidade. Mas, por que dúvidas, nossos sonhos são a nossa projeção de uma nova realidade.





















A AVENTURA, A FANTASIA E A REALIDADE

O cenário dentro daquele tronco se parecia como parte de um lindo sonho! Ali estavam: A linda e maravilhosa Mãe das águas, vestida de azul cintilante com um brilhante que ofuscava os olhares curiosos dos visitantes que ali entraram; o Gnomo, o rei da terra em seu traje perfeito de Cor marrom acobreado, lindo sério, forte, feroz. Mas em seu rosto, percebia-se muita tristeza no seu olhar. Então a pergunta: como fazer para salvar nossa mãe natureza, em meio a tanta tristeza? Ao seu lado, estava com tamanho esplendor, o nosso amigo caloroso e brilhante, mas quase chorando, usando óculos escuros, o Rei SOL. A sua frente, a Rainha das Pedras, Senhora das rochas nas Montanhas, com sua realeza e dureza, falava com certeza:
- Daqui a pouco, com tanta poluição, até eu vou desmoronar. O que vamos fazer? Assim não dá!
Em seguida, com sua força, na magia de todos os bons sentimentos, faz-se perceber num toque a presença do nosso grande Rei dos Ventos:
- Estou ficando sem rumo, só vejo fumaça, daqui a pouco não saberei mais que direção tomar.


















O DESPERTAR PARA UM SENTIMENTO MAIOR

A reunião prosseguia, enquanto aqueles visitantes presentes se comoviam como num passe de mágica despertaram para um novo sentimento de amor à vida. Despertaram e continuaram silenciosamente a descida ao local escolhido para o sonhado piquenique, todos pensando seriamente.
A Larissa, muito preocupada com os sentimentos das entidades visitadas naquele tronco da árvore gigante disse:
-Temos que fazer alguma coisa, o Planeta está em perigo! o que nós vimos é a mais pura realidade.
Então a Dona Coruja, acompanhando em seu vôo, a entrada daquele grupo no tronco da árvore gigante: o Jequitibá, a mãe das árvores, balançou a cabeça com seriedade:
-Parece que estão despertando para o que é a vida!



















O ESPERADO PIQUENIQUE

Enfim, chegaram num ambiente propício para a hora mais feliz e desejada naquele passeio. Todos abriram as sacolas e mochilas e abriram as sacolas, retirando rapidamente as guloseimas. Enquanto a Coruja, ansiosa continuava a segui-los com seu olhar de sabedoria. Dona Genoveva ordenou:
-Primeiro, vamos comer os salgados!
Mas, já era tarde, pois a Aninha, mais parecida com uma linda formiguinha morena, já estava com o guarda-chuva de chocolates na mão esquerda, com a boca toda melada, segurando o papel com a mão direita e com o olhar um pouco assustado. A confusão estava armada e todos caíram na risada e começaram a se deliciar com os lanches, refrigerantes, chocolates que ficaram mais saborosos no aconchego daquele fantástico lugar.
Naquela paz sublime, depois de satisfeitos os apetites, enquanto o Roberto arranhava uma leve canção no violão, o Sr. José sábio poeta e amante da natureza guardava uma surpresa: quem soubesse contar uma história, que trouxesse valores de vida, que falasse do renascer da gruta, de amor à natureza, ganharia uma surpresa.
Todos entusiasmados se entreolharam e começaram a pensar, mas não saia nada. O Sr. José disse, em tom de brincadeira:
-É! Deste mato, não sai coelho.















HISTÓRIAS FANTÁSTICAS

A CAÇA DE CODORNAS COM BODOQUE

O Sr. José muito empolgado com a atividade de estudo do meio, começou sorridente a contar como seu avô fazia para caçar codornas e outras aves naquela época. O Bodoque é um arco que atira pedras nas aves. O Botoque era feito de Guatambu, um arbusto rígido e flexível, que enverga, mas não quebra. Então, o Zezinho muito esperto perguntou a ele:
- Como se faz um bodoque?
-É feito com dois barbantes, uma malha de couro e um pedaço de Guatambu. Só que tem uma coisa gente, meu avô caçava codornas, perdizes, outras aves e até tatu pra gente comer. Não tinha maldade, não matava os pássaros só para ver morrer como muitos moleques malvados fazem, é bom tomar cuidado com o CURUPIRA. Naquela época não havia tanta possibilidade para o consumo, como é hoje. Nem existia cartão de crédito!
Neste momento, o Gabriel já muito interessado perguntou:
-Os tatus também eram caçados com Bodoques?
-Boa pergunta! - concordou Gabriel.






















A CAÇA DE TATÚ GALINHA E TATU PEBA

O Sr. José lembra com alegria de sua mãe Dona Ana, uma senhora muito alegre e vibrante que adora lembrar daquela época, da caça aos tatus. Então, começa a contar com entusiasmo: O tatu era caçado com Mundel; um buraco que se fazia no chão, de aproximadamente 40 centímetros para pegar o tatu-peba, que era grande e um outro para pegar o tatu galinha, que é menor. Dentro do mundel, era necessário colocar algum resto de ossos de animal morto para que o cheiro da carniça pudesse atrair o tatu. Em cima do Mundel, colocavam-se alguns gravetos e cobria-se com galhos secos para enganar o tatu. É interessante notar que, quando o tatu percebia que iria ser caçado, ele se agarrava no chão com suas unhas e ninguém o tirava dali. Era preciso que o caçador fizesse alguma maldade, como por exemplo, enfiar um objeto ponte-aguda em seu traseiro, então ele sentia dor e soltava suas unhas do chão. Todos deram uma risada maldosa.
Neste momento, a Dona Coruja fez um ar de reprovação, e ficou ali pensando consigo o motivo pelos tatus estarem em extinção!
















O AMOR DO BEIJA-FLOR TRANSFORMA A CORUJA

Então, a Larissa, linda jovem, sensível, olhos grandes e perseverantes, que até aquele momento, junto com o José Paulo, com muita alegria ajudava os professores a tomar conta das crianças menores com muita euforia disse:
- Puxa! Me lembrei de uma lenda muito legal, minha mãe sempre conta para as pessoas, vou contar pra vocês! – e continuou - Era uma vez, um ambiente natural, muito lindo e parecido com este lugar aqui da gruta. Um belo dia, alguns garotos levados e um pouco inconseqüentes, começaram a ascender palitos de fósforos e jogar no canto dos matos secos. Enquanto outros corriam com seus estilingues a atirar pedras nos pássaros, que assustados fugiam a gritar. Em alguns instantes perceberam desesperados que havia iniciado um incêndio naquela parte da floresta e os garotos malvados começaram a dar o fora. Enquanto os animais indefesos e desesperados, sufocados com a fumaça, corriam e voavam assustados fugiam a gritar. Somente o beija-flor e a coruja, continuaram tranqüilos a conversar, enquanto o beija-flor com sua agilidade nos movimentos com infinita rapidez, sem se cansar tentava com o biquinho cheio d’água àquele fogo apagar. Então, em movimentos mais rápidos do que o pensamento, àquele pássaro deixava as cores perdidas no vento e ia até a nascente, voltando e despejando no fogo teimoso a queimar.
Enquanto a Larissa empolgada, continuava a contar, o menino José Paulo, Renato e Zezinho, começaram a rir sem parar.
- Há, há, há...
Mas a professora interrompeu muito severa, chamando a atenção de todos, para que a história pudesse continuar.
- A Coruja, muito astuta, parecendo ter ouvido os meninos a duvidar, tossindo com tanta fumaça no ar, começou a duvidar do Beija-Flor “Oh Beija-Flor, você não vai conseguir nunca apagar todo esse fogo, vamos logo embora para outro lugar!” Enquanto os outros bichos, assustados, mas também rindo alto, se achando muito espertos, iam embora daquele lugar.







O AMOR E A UNIÃO TRANSFORMAM O PLANETA NO PARAÍSO


Larissa continuou:
-O Beija-flor, mais se parecendo com raios iluminados de cor e amor, não desistia e continuava com sua agilidade, e com o licor sagrado da vida no bico ia e voltava na certeza de que aquele fogo da floresta ia apagar. “Eu sozinho, posso não conseguir todo esse fogo apagar, mas tenho certeza que se cada um fizer a sua parte, o mundo pode mudar” A Coruja ficou surpresa com a atitude e a lição de sabedoria Beija-Flor. Com amor e união, poderemos mudar o mundo! E a coruja aprendeu: “Então daqui pra frente, vou tomar uma decisão muito séria, de agora em diante não vou mais dormir, também com tanta poluição nas água e no ar, está difícil descansar, pois todo o processo de recuperação da vida das águas vou acompanhar e meus grandes olhos não vou mais fechar. Acho que está na hora de parar de filosofar e tomarmos decisões importantes para o nosso Planeta Terra Água, podermos salvar”!




















VAMOS OUVIR A VOZ DA MÃE NATUREZA

Todos estavam atentos ouvindo a história e ficaram sensibilizados e pensativos, e calmamente começaram os restos de lixo do piquenique a catar. Neste momento, o Gabriel disse com voz firme de anjo para todos ouvirem com o coração:
-Nós somos os responsáveis por um novo Planeta Terra-Água, se cada um faz melhor a sua parte podemos mudar o mundo e fazer renascer o Paraíso na Terra. Daqui para frente vamos ouvir o chamado do Gnomo Rei da Terra, da Mãe d”água, do Rei Sol, do Rei dos Ventos, da Rainha das Pedras.
Mas, perguntou o José Paulo, sorrindo:
-O que significa isto que você está falando?
– Isto significa que como nós temos sentimento, todas as coisas da natureza também têm! Eu entendo que cada parte da natureza tem um sentimento maior, que é a alma da vida. Então, vamos entrar em sintonia com este sentimento de amor maior e buscar soluções urgentes para o nosso Planeta. Vamos !



















SOLUÇÕES URGENTES PARA SALVAR O PLANETA

O Sr. José fez a proposta de continuar aquele trabalho, então vamos todos arregaçar as mangas, chamar outros moradores do bairro e começar já um mutirão de plantio das espécies nativas desta área. Mas, antes temos que pesquisar compreender muitas coisas importantes para a manutenção da qualidade de vida no Planeta.

GARANTIA DA FOTOSSÍNTESE

Sr. José se propôs a explicar:
- É importante compreender que para que a nossa existência possa ter continuidade no Planeta, é necessário que haja as condições para ocorrer a FOTOSSÍNTESE.
-Mas o que é isto?- perguntou a Aninha.
Então, as crianças que ficaram para trás, no momento em que o Sr. José estava contando um pouco da história da Gruta, começaram a lembrar do que havia dentro do tronco da árvore gigante. A professora, como se lesse os pensamentos das crianças, explicou:
- A produção de alimentos, necessita de luz, calor, água, oxigênio e os nutrientes da terra. Se um faltar um destes elementos, não haverá a fotossíntese; que significa: produção em presença de luz. Então, a Aninha que fez parte da aventura no tronco da árvore gigante, lembrou-se com maior compreensão da importância daqueles seres fantásticos, dentro do tronco da árvore. É possível compreender agora, como os seres da natureza se completam. As plantas precisam da água, do ar (pois o vento é o ar em movimento), da terra, do sol para produzirem através do processo da fotossíntese os nossos alimentos.











MÃOS Á OBRA – VAMOS CONTINUAR ESTA HISTÓRIA...

- Para simbolizar o início desta ação, vamos pegar um Palmeira e uma amoreira que eu tenho no viveiro, lá do fundo do meu quintal – sugeriu o Sr. José.
Então, o Felipe curioso que só, não se conteve:
- Você tem um viveiro no fundo do seu quintal? Como conseguiu isto?
-O lance do plantio, eu aprendi com meu avô, ele já preparava sementes de plantas há 40 anos. Ele fazia mudas de árvores distribuía para os moradores, seus vizinhos. E ele quando estava para morrer, deixou uma mensagem muito sábia “em cada canto da casa há um pé de mamão, em três cantos! um está vazio”

A filósofa Coruja, prestando atenção na história pensou e afirmou: – O canto vazio deve ser a responsabilidade de cada um de seus descendentes de plantar, de assim contribuir para melhorar o Planeta Terra.





















A DESCOBERTA DO PODER DE CULTIVAR

O Sr. José continua seu relato:
-Há aproximadamente 10 anos, comecei a observar o estado de poluição crescente da nossa gruta, então um dia no meu quintal, havia um pé de Uvaia: uma fruta meio azedinha, muito gostosa e muitas sementes esparramadas pelo chão. Aí, veio a idéia de pegar todas aquelas sementes, colocar num balde e jogar lá dentro da área da Gruta Dainese. Depois de um ano, voltei até lá para ver o resultado, destas duzentas sementes, havia um pé de Uvaia crescendo. Daí pra frente me empolguei, todas as sementes que encontrava, eu preparava bem a terra e colocava para germinar. Joguei 200 sementes sem nenhum preparo do solo e germinou, se o solo for preparado devidamente as chances serão maiores para a germinação e o desenvolvimento da planta, então, passei a ser mais cuidadoso no preparo com a Terra. Enquanto isto, eu acompanhava as notícias dos jornais da cidade e tinha conhecimento de que outras pessoas estavam preocupadas com o replantio das espécies de árvores em extinção, vale lembrar a ação incansável de uma professora de ciências e Diretora de Escola do Estado, atuante neste Município que em todas as escolas que trabalhou, muitas árvores e inclusive um Jequitibá plantou junto aos alunos de diversas comunidades, as ações saiam no Jornal e isto incentivava, eu não estava sozinho, outras pessoas estavam trabalhando para melhorar a qualidade de vida no nosso ambiente.















TERRA PARA GERMINAR AS SEMENTES

A preparação do solo para o plantio é um grande desafio: primeiro é preciso remover pedras e entulhos, afofar a terra, verificar a qualidade de terra e pesquisar sobre as condições necessárias para o desenvolvimento de cada semente. As condições para o desenvolvimento de cada semente, ou mesmo de cada espécie vegetal variam e dependem da quantidade de luz solar, quantidade de água ou umidade e qualidade da terra, a terra deve estar bem arejada, ou afofada. Isto se faz, com ferramentas como enxadas e enxadões. É um trabalho cansativo, em geral as pessoas alegam que neste solo não dá nada, não adianta plantar, isto é mais cômodo. Mas, segundo informações dos melhores jardineiros da região, não existe solo ruim, basta que seja bem preparado.













A CONSTRUÇÃO DE UM JORNAL INFORMATIVO PARA A COMUNIDADE


Uma das professoras presentes, muito comprometida com o trabalho, propôs a construção de um jornal para os moradores do entorno da escola, resgatando os valores da Gruta, envolvendo o máximo de pessoas possível através da veiculação de informações. A professora entusiasmada:
-Podemos envolver os alunos e organizar entrevistas com seus pais e avós, moradores mais antigos do Bairro. A Letícia ficou muito interessada, como uma jovem adolescente muito tímida, adorou a idéia de escrever e entrevistar pessoas para o Jornal. O nome do Jornal poderia ser construído com todos os alunos, para que todos comecem a se interessar pelos valores de conhecimentos das pessoas de seu bairro.

















O PODER DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE – VAMOS FALAR COM PREFEITO!

O Gabriel muito esperto e inteligente chamou a atenção de todos:
- Se lembrarmos uma parte desta história, veremos que o dono destas terras da Gruta Dainese entregou para a Prefeitura cuidar, e agora está quase tudo destruído. Eu acho que nós deveríamos nos unir e formar uma comissão e juntos, irmos até lá cobrar do Prefeito atitudes de transformação desta área para melhor qualidade de vida.

A professora concordou e disse que já leu tal de Plano Diretor desta Gruta, mas temos que ficar atentos para que as propostas de mudanças saiam do papel.

- Vamos marcar uma nova reunião, convidar mães e pais de alunos, avisar nos comércios e nas igrejas, é o início de um grande movimento pela vida da Gruta, é a vida das águas, é a fonte de nossas vidas – sugeriu uma das professoras.
- Afinal, nós fomos gerados na barriga da mãe, dentro de uma bolsa de água! – completou Larissa pensativa.

E esta idéia deve envolver todos os outros alunos da escola e também todos os professores , completou a Aninha, vamos conversar com a direção, com a Coordenadora nós vamos fazer muitas reuniões e com novas ações darmos continuidade a esta história, vamos nos unir ao Beija Flor, a Coruja, vamos entrar dentro do Jequitibá, junto com o Rei Sol, a Rainha das Águas, ao Rei dos Ventos e aos Gnomos da Terra, nos vamos todos juntos cuidar desta gruta, e fazer uma grande corrente de vida para cuidar também de outros ambientes que fazem parte do nosso Planeta Terra Água, nos lembrando que a águas das nascentes que descem serenas nos ribeirões, formam os rios que descem as Serras e formam os mares.... Então, todos seremos os Olhos da Gruta, Os Olhos da Terra, Os Olhos do Mar, só assim o Planeta será melhor, só de amor e vida. Então, vamos chamar a imprensa, lançar nossa idéia, disse o Gabriel. Eu acho que deveríamos escrever o nosso próprio jornal falou o Sr. José, por isto esta história vai longe, temos muito que conversar.





PREPARANDO MATÉRIA PARA O JORNAL DA GRUTA

Neste momento, a Dona Genoveva muito sensível, guardava em sua pasta alguns poemas daquele lugar e pediu para declamar. Após alguma resistência, pois todos estavam cansados, concordaram como se fosse atividade de encerramento do passeio e todos se comprometeram a dar continuidade a esta aventura, acreditando que é possível mudar o mundo.
-Podemos publicar poemas como estes no nosso Jornal para assim envolver mais pessoas!
Então leia logo, pra gente descansar e depois continuaremos esta aventura, disse














POEMAS,
Os verbos, expressando o poder das palavras como ações que estimulam a sensibilidade e o pensamento crítico para uma nova maneira de pensar, amar e preservar a natureza, o amor as nossas próprias vidas, colocando o ser humano como co-responsável pela manutenção de suas espécie no Planeta Terra Água..



O renascer da gruta Dainese

Gruta que te quero viva
Gruta que alimenta a vida das flores, como grandes amores,
Gruta que ainda faz nascer o ninho do Beija-Flor,
Gruta que faz seus encantos o ambiente propício para o pica-pau, ainda voar...
Gruta que oferece seu leito de pedra para a água,
Ainda feliz e com vida, poder deslizar...
Gruta que desperta para a eternidade do poder amar...
Gruta que alimenta o desejo de corações ansiosos
Gruta que oferece a alegria da visa e nas profundezas de seus caminhos a esperança de renascer para uma vida maior...
Gruta que nos desperta para amar a vida
Gruta que te quero mais viva para a felicidade poder sempre abraçar.
Ângela – 21/06/2007
(Poema inspirado na atividade do estudo do meio na gruta Dainese da Equipe de professores, direção, funcionários e morador da E.E.Profº Marcelino Tombi 12/junho/2007).

Gruta Dainese, meu amor

Gruta Dainese, meu amor...
Gruta, o que será...
Dainese de agricultores
Que te cultivaram tanto
Para onde vai o seu pranto
Outrora esverdeada
Com dóceis cachoeiras
Tuas flores perfumadas
Afinavam a passarada!
Nas alturas de tuas águas
Piqueniques animados
Tua beleza refletida
Hoje vejo só tristeza
De novo quero tua beleza
Gruta quero te amar. Gruta Dainese, meu AMOR
Gruta o que será... Eduardo Coienca – morador e ambientalista

SEGUNDA PARTE – ORIENTAÇÃO TÉCNICA E ROTEIRO PARA EDUCADORES

A GRANDE IDÉIA – UM PIQUENIQUE NA GRUTA

O projeto “O renascer da Gruta” está sendo desenvolvido na escola a todo vapor, neste sentido, todos daquela comunidade começaram a prestar mais atenção nos movimentos da Gruta, no que poderia vir a acontecer.



ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
“O caminho normal para a aquisição não é, em absoluto a observação, a explicação e a demonstração, processo essencial da Escola, mas sim o Tateamento Experimental, processo natural e universal” C. Freinet.
No processo de técnicas educativas numa abordagem Frenetiana, bem como o relato das experiências vivenciadas em determinadas comunidades escolares, como a citada neste trabaçlho, fala sobre o entusiasmo vivenciado pelas crianças quando se sentem parte do conhecimento construído, trazendo a pedagogia como possibilidade técnica de fazer efetivamente em nossas salas de aula um trabalho vivo, de compromisso. A experiência vivenciada na pedagogia de projeto, descrita neste trabalho mostra o entusiasmo das criança ao escrever um texto que foi editado no Jornal comunitário, bem como o interesse das outras crianças em ler e também participar da construção dos textos do Jornal, como co-autores de um novo ambiente mais vivo na escola.






Jornal construído com a Comunidade Escolar

Para a elaboração do roteiro para o desenvolvimento do projeto pedagógico e das atividades de estudo do meio, faz-se necessário a construção de um diagnóstico das necessidades da comunidade local como por exemplo : localização de áreas de interesse coletivo, especialmente dos alunos e dos pais visando melhor qualidade de vida: nascentes, olhos d’água, lagoas, represas, rios, praias próximos da escola. Também é importante uma reflexão sobre o destino do lixo e dos esgotos da região onde a escola está inserida.
O ENVOLVIMENTO DO COLETIVO DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A construção do projeto deve envolver o coletivo da escola; funcionários, coordenação, direção, alunos e pais de alunos e moradores do bairro. A concepção da palavra “Projeto” deve ser compreendida por todos, como processos de transformações necessárias e construídas coletivamente, PROJETAR; transformar, assim todos são co-responsáveis pelas transformações.
A compreensão da palavra política, na sua dimensão mais plena, no sentido de que toda ação planejada coletivamente, desencadeia um movimento comunitário, essencialmente político como um conjunto de ações para melhoria da qualidade de vida de uma comunidade, visando o bem estar do coletivo, o que é contrário ao que na maioria das vezes acontece na Sociedade, quando alguns políticos conduzem ações que privilegiam pequenos grupos, caracterizando o que pode ser denominado politicagem , ao que se deve enquanto educadores comprometidos estarmos atentos, conforme afirma Paulo Freire todo ato educativo é também político.
Neste sentido, todo Projeto Pedagógico também é político, inclusive quando não contribui com ações importantes para transformar, melhorar a qualidade de vida.
A neutralidade não existe, quando há omissão, há conivência com todo o processo de destruição da qualidade de vida.




A NECESSIDADE DE TRANSFORMAR, A PARTIR DO AMBIENTE

Havia uma escola localizada próximo a um lugar denominado Gruta Dainese, na Cidade de Americana Estado de São Paulo, durante a primeira reunião da diretora com os professores daquela escola no ano de 2007, houve uma conversa interessante sobre a história daquele ambiente. O depoimento de professores e moradores antigos afirma que há apenas trinta e cinco anos atrás aproximadamente, aquele lugar era maravilhoso e que os moradores do bairro faziam belíssimos piqueniques, onde só havia águas cristalinas e todas as espécies animais e vegetais da Mata Atlântica, viviam em perfeita harmonia então, uma das professoras, sugeriu que fizéssemos um passeio até a Gruta, para observarmos o crescente estado de degradação, todos os tipos de entulhos, lixos, esgoto a céu aberto invadiram a beleza das águas cristalinas daquele lugar, tentando violentamente ocupar os espaços naturais dos seres vivos que ainda persistem em sobreviver naquele lugar. Então, começamos a construção do Projeto “O Renascer da Gruta” nesta escola, e iniciamos uma verdadeira maratona, onde nosso principal objetivo era realmente fazer a Gruta Renascer.
Ações para transformar o meio ambiente da Gruta. Entre as principais ações deste grandioso projeto para transformar o meio ambiente da Gruta Dainese, foi desenvolvido em várias etapas; iniciamos envolvendo alunos de 1ª a 4ª séries da escola, suas famílias, moradores e empresas das imediações da escola . A construção do nome do Projeto “O Renascer da Gruta” foi de autoria de uma aluno da 2ª série B – Profª Janete, os pais de alunos foram envolvidos e entrevistados, com atividades de palestras e apresentações de teatros sobre a questão do meio ambiente, também foram ações importantes.
O trabalho de escrita e leitura dos alunos, pela maioria dos professores foi pautado nas ações do cotidiano escolar, referenciadas pelos temas transversais meio ambiente, ética, saúde, cidadania . Conseguimos o envolvimento da maioria dos professores e alunos desta comunidade escolar, iniciamos o plantio de árvores nativas da Mata Atlântica, frutíferas e ornamentais; a primeira árvore plantada como marco do projeto “O renascer da gruta” foi o Pau-Brasil , os alunos adoraram escreveram textos sobre o plantio e desenvolveram pesquisa científica sobre a árvore. Daí pra frente, foi muito divertido estudar nesta escola, os alunos, pais de alunos e moradores traziam e plantavam árvores, iniciamos o projeto horta e as empresas Vicunha e Ripasa foram convidadas para serem nossas parceiras na Escola, a Vicunha já iniciou o Projeto Jardinagem e a Ripasa está discutindo o Projeto Viveiro, cujo objetivo e implantar um projeto piloto para produção de mudas de árvores frutíferas e ornamentais para distribuição aos moradores da região nas imediações da gruta Dainese.
Acreditamos que se cada um faz a sua parte o seu ambiente muda, o mundo muda, podemos fazer o renascer da Gruta se expandir. Estas idéias e ações para nos unir a outras iniciativas que certamente já estão acontecendo em todos os lugares. É preciso salvar o Planeta Azul, o nosso Planeta Terra Água. Neste sentido, este trabalho apresentou uma atividade divertida de piquenique entre crianças e adolescentes, que pode despertar para uma nova consciência e transformar a vida numa grande aventura rumo ao conhecimento e ao desenvolvimento da criatividade de cada ser humano para a reconstrução de um mundo melhor. O percurso do passeio nas trilhas da gruta, permitem a reflexão e abordagem de temas interdisciplinares, especialmente nos componentes curriculares de geografia, ciências, história, português, artes , envolvendo os alunos a pensarem enquanto co-autores de sua própria trajetória de vida nas relações com meio em que vivem.























ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE ESTUDO DO MEIO
“As aquisições não são feitas, como às vezes se acredita, através do estudo das regras e das leis, mas sim pela experiência. Estudar primeiro essas regras e leis na língua , na arte, na matemática, nas ciências, é colocar o carro na frente dos bois (1).”

À partir do diagnóstico de áreas de interesse da comunidade local, é importante as discussões coletivas sobre os problemas do bairro e as possíveis soluções, ou seja como cada um deve agir para melhorar as condições do meio ambiente do seu entorno, do seu bairro.
O Roteiro de atividades a serem desenvolvidas :
Numa atividade de estudo do meio, o educador deve ter clareza dos seus objetivos; por exemplo neste pique-nique da Gruta, a abordagem principal seria de identificar os seres vivos que ainda sobrevivem ao processo acelerado da poluição ambiental. Construir com o coletivo da escola, ações que pudessem intervir na transformação do meio ambiente para melhor qualidade de vida, o que foi desenvolvido com exito, graças ao envolvimento da maior parte dos professores, alguns pais e moradores, bem como a ação efetiva de uma empresa local que construiu o Jardim e especialmente o interesse e a dinâmica da participação viva dos alunos. Muitas outras ações ainda precisam ser desenvolvidas, a identificação das necessidades destas ações são evidentes no processo de avaliação que parte de uma reflexão coletiva com a participação de alunos, co-autores do processo, professores, funcionários, coordenação e direção da escola. .
O relato das atividades desenvolvidas, escrita e fotografada por alunos, professores, coordenadores e funcionários desde as etapas iniciais do Projeto, deve ser rigorosamente seguido, para a construção de referenciais concretos para o desenvolvimento do Projeto.

à AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser diagnóstica em caráter formativo das etapas do projeto, ouse seja em busca de novas ações para o crescimento individual e coletivo, num processo dinâmico que favoreça a reflexão sobre dificuldades e avanços e a construção de novas ações para continuidade e melhoria do processo do Projeto coletivo como um todo e do processo ensino aprendizagem de maneira contextualizada ,agradável interessante para o aluno.


(1) Os Invariantes Pedagógicos Freinet C, pág. 25
DIFICULDADES E AVANÇOS NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

O desenvolvimento do projeto pedagógico nas etapas de produção da escrita, na pesquisa de campo e científica deve ser documentado e avaliado constantemente. As experiências vivenciadas, mostram que o interesse dos alunos pela escrita à partir de atividades de estudo do meio se tornam mais significativas e interessantes. A resposta é um movimento dinâmico de muita alegria e envolvimento de todos. Os alunos começaram a trazer diversas mudas de árvores frutíferas e ornamentais para a escola, os professores aproveitaram para desenvolver a escrita e o estudo de pesquisa científico sobre os seres vivos vegetais trazidos para a escola, num processo de construção do conhecimento mútuo, onde todos aprendem e ganham melhor qualidade de vida.então numa conversa, uma das professoras idealizadoras deste projeto, teve a idéia do piquenique. Mas, logo em seguida vieram os obstáculos, alguém disse que era perigoso ir só crianças, que por lá circulavam algumas pessoas estranhas, talvez pudesse ser perigoso, ir só mulheres, então pensamos em convidar o Sr. José, um sábio ambientalista, morador do bairro e conhecedor das espécies animais e vegetais que ainda vivem neste ambiente para acompanhar o nosso piquenique. Neste sentido, organizamos o grupo, pensamos em fazer deste piquenique uma atividade de estudo do meio, levando num primeiro momento um grupo pequeno de alunos, e que esses fossem os mais comprometidos com os trabalhos da escola, afinal seria um projeto piloto, isto é que poderia resultar em outras atividades de estudo do meio.
















O PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE PIQUENIQUE – ESTUDO DO MEIO

“As estruturas são as técnicas essenciais do trabalho escolar, estreitamente ligadas entre si. São as Coordenadas que dão a unidade e solidez a uma pedagogia de movimento que segue no ritmo da vida
O desenvolvimento do planejamento contou com a participação de representantes de todos os segmentos da escola, alunos, professores, funcionários, pais de alunos e moradores das imediações da Gruta. Nesta etapa de trabalho, preparamos um roteiro, um manual de cuidados necessários ao entrar num ambiente desconhecido, orientações sobre roupas adequadas, uso de botas, alimentação. Com relação ao item alimentação, pensamos em resgatar alimentos de consumo da época dos pais das crianças, que ainda são consumidos na atualidade, restrição ao consumo de coca-cola, devido ao alto índice de acidez e prejuízos à saúde, como por exemplo, a descalcificação de ossos, neste sentido visando uma reflexão posterior sobre hábitos alimentares, consumismo, alimentos e qualidade de vida.
Foram construídas orientações para que todos observassem e registrassem os principais seres vivos e não vivos pertencentes àquele ambiente, principais poluentes, aspecto visual comparativo da água que corria da nascente e da água que corria dos esgotos, sem tratamento, até formarem a gruta. Observação e registro da ocupação da área, tipos de moradias e comércio, traçando um comparativo histórico de como era há trinta e cinco anos atrás, resgatando a história do Bairro e de seus moradores.à partir destas ações novas reflexões vão surgindo, desencadeando um conjunto de novas ações e reflexões com envolvimento e interesse de toda a comunidade escolar, especialmente dos alunos, comprovando na prática argumentos da pedagogia Freinet, quando se afirma nas Invariantes Pedagógicas que “A memória, da qual a escola faz tanta questão, só é válida e preciosa quando está integrada ao Tateamento Experimental, quando está verdadeiramente a serviço da vida”.













MODELOS DE PROJETO E AÇÕES QUE PODEM SER DESENVOLVIDOS
PROJETO O RENASCER DA GRUTA –

AÇÕES QUE TRANSFORMAM O MEIO AMBIENTE

TEMA: RECICLANDO

RECURSOS HUMANOS:

Alunos, professores e funcionários da escola de A 4ª SÉRIES DO CICLO I do Ensino Fundamental

DURAÇÃO: Durante todo ano letivo

JUSTIFICATIVA:
Os bens da terra são um patrimônio de toda a humanidade. Seu uso está sujeito a regras de respeito às condições básicas da vida no PLANETA, dentre elas a qualidade de vida de quantos dependam desses bens e do espaço do entorno em que eles são extraídos ou processados. Deve-se cuidar, portanto para que esse uso pelos seres humanos , seja responsável e contribua para a conservação do meio ambiente, que gere o menor impacto possível e respeite as condições de sustentabilidade de máxima renovação dos recursos naturais existentes.
O atual modelo econômico estimula um consumo crescente e irresponsável de bens materiais, sem a devida consideração e respeito a necessidade de conservação as condições de vida mo Planeta Terra,
Através das informações adquiridas, que os alunos possam ser os transmissores dos conhecimentos aos familiares, desenvolvendo uma postura crítica sobre o consumismo e a necessidade de preservação e conservação do meio ambiente, pois, os recursos naturais são esgotáveis, o lixo produzido pelos cidadãos está se tornando um problema para as grandes cidades e o reaproveitamento se faz necessário para preservação do meio ambiente às futuras gerações.



OBJETIVOS:
Contribuir para o desenvolvimentos das responsabilidades individuais e coletivas dos alunos e de toda a comunidade escolas nas relações inter pessoais e com o meio em que vivem, favorecendo o acesso a meios efetivos de veiculação de informações que contribuam para a compreensão dos fatores naturais, humanos e sociais a respeito do meio ambiente, desenvolvendo suas potencialidades e adotando posturas pessoais e comportamentos sociais que lhes permitam viver numa relação construtivistas consigo mesmo e com o seu meio no exercício da cidadania.
Mostrar os benefícios da reciclagem para a sociedade
Saber reciclar e para que, reconhecer e identificar o símbolo da reciclagem e os benefícios da coleta seletiva para o desenvolvimento sustentável;

Reconhecer o destino do lixo e aprender a separá-los
Reduzir o lixo produzido por cada cidadão
Aproximar o aluno da situação de saúde da sua região e das condições do meio ambiente, capacitando-o a uma participação concreta nas ações de prevenção a doenças transmitidas por parasitas desenvolvidos em água parada,


CONTEÚDOS: Os conteúdos são desenvolvidos numa abordagem interdisciplinar

Língua Portuguesa: através de pesquisa de campo com registros fotográficos, entrevistas com moradores, análise de resultados de pesquisa, pesquisa complementares em livros, reportagens de jornais, textos informativos, pesquisas em revistas, pesquisa de internet, Ciências: Pesquisas sobre: a degradação do meio ambiente, saúde, visitas a aterro sanitário, excursões no bairro para observação etc.
Matemática: A análise e tabulação de resultados de pesquisas de campo/entrevistas com moradores e alunos, favorece a compreensão dos fenômenos que ocorrem no ambiente – poluição, desmatamento, limites para uso dos recursos naturais, desperdício – terá ferramentas essenciais em conceitos (classificação, seriação, peso, medida, áreas, volumes, etc) e procedimentos matemáticos (formulação de hipóteses, realização de cálculos, coleta, organização e interpretação de dados estatísticos, gráficos etc.)
História/Geografia: Por meio de histórico sócio econômico e cultural das famílias, análise de resultados de pesquisa e problematizações de situações vivenciadas no ambiente dos alunos, e sua localização enquanto o bairro, cidade e país, pode-se discutir o comportamento social e suas relações com a natureza. Desenvolvimento de pesquisas que relacionem a natureza e as relações do homem com o meio em que vive, construindo o conceito de ecossistema e a co-responsabilidade de cada ser humano em relação a vida, observar e refletir sobre as condições de saneamento básico nas imediações da escola, exemplo ; origem e destino do lixo e esgoto, tratamento da água
.Educação Artística/Educação Física: Trabalhos com materiais recicláveis, (teatros, desfiles, brinquedos, jogos etc), desenhos livres mostrando a situação com paisagem real poluição das águas e do ar e situação ideal como poderia ser o ambiente à partir de ações mais conscientes da humanidade , Releitura e análise temporal de obras de artes,






Metodologia

Desenvolvimento de atividades extra-classe tais como:
Entrevistas com moradores, família e vizinhos sobre a origem e destino das águas (esgotos e água tratada ), origem e destino dos lixos, estimativas de consumo e prática de reciclagem.

Reciclar em recipientes próprios todo o lixo da escola
Coletar e separar o lixo que poderão trazer de casa (reciclável)
Convidar um nutricionista para ensinar o aproveitamento melhor dos alimentos, e profissionais para ensinar a trabalhar com a compostagem orgânica
Construir jardim e horta na escola utilizando a compostagem.

RECURSOS:
Materiais: Latões próprios, material reciclável, livros, revistas, vídeos, internet, etc.

Humanos: Envolver toda comunidade escolar e contatos com empresas próximas da área
Visita da equipe da Prefeitura Municipal para trabalho integrado


AVALIAÇÃO:
A avaliação deverá ser contínua e realizada através de reuniões semanais com grupos de alunos representantes, professores, Coordenação e Direção, ressaltando sempre os avanços e as dificuldades no processo, bem como a contruções de novas ações e propostas para melhoria. A participação dos alunos, como co-responsáveis pelo processo é de fundamental importância para o sucesso do Projeto, conforme é













DEPOIMENTO DE MORADORES QUE CONHECERAM AS ÁGUAS CRISTALINAS DA GRUTA DAINESE

“Aquilo era uma delícia, há aproximadamente 40 anos, a gente ficava andando no riozinho e nas trilhas, eu era do Centro de Americana e ia curtir aquele lugar. Naquela época, meus pais iam junto levar a gente, era muito bom” Maria Helena Favaretto – Diretora da Escola Pink

“Uma vez quase caí daquela Cachoeira de mais de 18 metros, se não fosse o meu cunhado cata(segurar) eu, não sei o que seria” Dalva Aparecida I. Sabido – 48 anos

“Fui criada na Vila Jones e minha infância eu passei brincando na Gruta Dainese, íamos lá diariamente, fazíamos pique-nique. Desejo que a Gruta volte a viver” Rosemary Zamariola (Americanense – 49 anos)

“Minha mãe colhia Samambaias lá na Gruta, meus pais passavam finais de semana fazendo pique-nique e eu gostava de nadar com os amigos e de namorar lá”Antonio Carlos Siniglin-53anos.

“Eu ia fazer pique-nique e espiar as meninas nadar para depois fazer amizade e se juntar a elas, era tudo muito bom” José A. Sabino – 49anos













SUGESTÕES PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO ;

O Educador, preferencialmente num trabalho interdisciplinar poderá ler e analisar o depoimento dos moradores descritos neste trecho e refletir com seus alunos, levando-os a reconstrução da história da Gruta Dainese e de seus moradores, visando valorizar o saber do povo e das raízes culturais, partindo para a construção de novas ações tendo em vista uma educação libertadora e transformadora, onde ações e reflexões sejam referenciais freqüentes para a construção de novas ações no processo ensino aprendizagem .

O Educador poderá também orientar uma pesquisa de campo com seus alunos, objetivando a identificação de outros moradores das imediações da Gruta, regatando suas histórias de vida, árvore genealógica, origem étnica, perfil sócio econômico e cultural, situação da Gruta, com relação a ocupação da área na época, quem eram os Governantes, interesses e as preocupações das famílias entre outras questões relevantes. Á partir da realização das pesquisas de campo, o trabalho de integração comunitária deverá fluir favorecendo novas possibilidades e ações para transformação, num movimento alegre e dinâmico de interesse coletivo, despertando e motivando a continuidade do processo na eterna busca do saber, onde os princípios fundamentais são Solidariedade, Respeito e Amor.





CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os princípios da Pedagogia Freinet e da Pedagogia da Libertação de Paulo Freire são referenciais teóricos importantes para a construção de práticas transformadoras na construção da Pedagogia de Projetos. Entre as Invariantes pedagógicas descritas pela Pedagogia Frenet, o que justifica todos os tateios da ação está na esperança otimista da vida, considerando que a pedagogia deve ser utilizada como recursos para compreensão do sistema econômico, social e político do qual fazemos parte numa constante reflexão sobre as necessidades de transformações que operem as mudanças necessárias para uma Escola do Povo, que busque caminhos para uma Sociedade mais justa, que contribua para melhor qualidade de vida de todos, com princípios de solidariedade e liberdade previstos ña Declaração Universal de Direitos Humanos e na Constituição Federal do Brasil, mas “se não tiver Amor nada serás”.

AGRADECIMENTOS:

Aos meus pais e avós, que são minhas raízes de vida e valores, a todos os seres vivos: pássaros, vegetação, a energia da água e do sol que alimenta e impulsiona nossas vidas, sem nada cobrar e que fazem parte deste cenário vivo e maravilhoso da vida, fonte de inspiração descritos neste livro. Especialmente aos eternos laços de sentimentos que me unem ao João Reis, que há mais de 30 anos me presenteou com um livro “A devastação” e ao ambientalista e poeta Eduardo Coienca pelas contribuições e apoio com relação a influência para a sensibilidade e inspiração para o fortalecimento e o despertar dos mais profundos sentimentos de um amor maior, ampliando o conhecimento a vida e aos seres vivos existentes naquela região da Gruta Dainese- Município de Americana-SP, como resíduos da Mata Atlântica,onde jaz inúmeras Grutas, que com barulho de suas águas, pedem socorro!

Meus agradecimentos mais sinceros a todas as crianças e adolescentes, que são personagens fictícios deste livro, especialmente a minha filha Larissa, aos meus sobrinhos Vinícius, Rafael, Rodrigo, Mayara, Mariana e Mariana e a todos os meus irmãos- amigos e amigas que fazem parte da caminhada e me enriquecem a existência com seus sorrisos, abraços e diferentes personalidades.












BIBLIOGRAFIA


• Nome da página: Jequitibá
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• Data da última revisão: 25 Novembro 2007 19h44min UTC
• Data em que foi acessado: 27 Fevereiro 2008 14h38min UTC
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Freinet Célestin - Invariantes Pedagógicos publicado pela Editora François Maspéro, 1969, volume intitulado Para a Escola do Povo (pour I’école du peuple); Guia prático para a Organização material, técnica e pedagógica da Escola Popular –Recurso utilizado no Curso Pedagogia Freinet - ProfªRute – NAED Sul – Pref. Municipal de Campinas - 2008

3 comentários:

  1. Parabéns!!!Angela, por seu trabalho maravilhoso e pela consciência ecológica, precisamos de pessoas como você que apesar de toda a degradação do ser humano, ainda acredita na educação e conscientização de nossos alunos, estou aprendendo muito com você esse ano, obrigada por essa oportunidade.

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  2. Precisamos de patrocinadores para edição deste trabalho. É uma reflexão importante sobre valores de vida. Especialmente o momento da entrada dos humanos entro do tronco do Jequitibá e o encontro com os seres elementais:Rainha das águas, Rei dos Ventos, Rei Sol, Rei da Terra e Rainha das pedras....Professora Ana-SP

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  3. oi, Angela moro do lado da gruta, conheço como a palma da minha mão,não so eu como meus filhos,sobrinhos e amigos.
    Sabe tds que vem aqui em casa eu comento sobre a gruta e os levo pra ver.
    Sempre mandei e-mail,fotos pra prefeitos,liberal,vox90 etc...
    Bom por fim e muito bom saber que vai dar certo td isso estou com vc.bjs meu mail(ricardo.david69@yahoo.com.br)

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